Há muito muito tempo, muitos anos atrás ( muitos mesmo) vivia eu ainda com os meus pai, ainda uma adolescente e onde as regras eram imensas.
Desde o facto de sermos nós a tirar para o prato aquilo que iríamos comer, ( era impensável deixar comida no prato) não levantar da mesa sem pedir autorização aos mais velhos e por aí fora...
Mas uma das coisas que não gostava era quando tomávamos banho de banheira havia uma ordem que mesmo não gostando, nunca questionámos.
Tínhamos um tempo para tomar banho, ( o tempo necessário para um banho ) e quando soava o apito ( relembro aqui para quem ainda não conhece a minha história que o meu pai era jogador de futebol e foi paraquedista) somos três irmãos impunha-se o respeito e muitas regras. Então continuando a história soava o apito e fechava-se a torneira estivesse ou não ainda com sabão e preparava-se para entrar o próximo no banho, não sem antes se barafustar e implorar para ficar mais um pouco
Assim como só quando já era adulta é que começamos a usar gel de duche porque sempre ficou muito mais barato comprar sabão e sabonetes.Na verdade acho que comecei a usar muito mais o gel de duche a partir do momento em que sai de casa, e lembro-me que na altura eu até achava os sabonetes uma coisa démodé. Hoje não os trocava por nada.
E quando se deixava por esquecimento uma luz acesa era o fim do mundo.
A ladainha sempre foi;
Tantas as diferenças dos tempos de hoje.
Os guardanapos de papel eram só usados em momentos especiais como o Natal, Aniversários ou Páscoa pois era um luxo desperdiçar os guardanapos de papel.
A roupa era a minha mãe que fazia era modista, e isso foi também uma grande vantagem para nós que vestimos sempre a última moda do figurino apesar de a maioria dos tecidos serem aproveitados de camisas do meu pai e de vestidos da minha mãe e às vezes até de toalhas de mesa. Mas isso não contávamos a ninguém ( ainda não havia o Facebook nem Blog's) para se ficar a saber detalhes de vidas alheias.
Desde miúda que ouço falar de reciclagem de aproveitamento, de compostagem.
Sempre fui educada para separarmos o lixo, para respeitarmos o próximo e para no fundo ser uma boa pessoa, mas todas estas regras que existiam na nossa vida à muitos anos atrás aconteceram porque não tínhamos a diversidade de lojas e poder de compra.
Um exemplo... separávamos o lixo e tudo tinha um finalidade e um fim, ou melhor um princípio , pois ganhava nova utilidade. As latas transformavam se em vasos para paredes de trepadeiras lindas e floridas.
Tudo era feito com um propósito, o de minimizar as despesas e rentabilizar tudo o máximo possível.
Hoje sinto que estamos a dar um passo atrás no tempo, que não é retroceder no tempo mas ganhar qualidade de vida no tempo.
Hoje partilham-se diariamente mais produtos para comprar, sacos de pano palhinhas de metal e bamboo, caixas e caixinhas de alumínio porque os tupperware`s que se tem em casa não são livres de BPA e isso assusta um pouco.
Se não temos o bom senso de fazer escolhas assertivas e conscientes, caímos novamente no mesmo erro e então tudo foi em vão.
Antes da pandemia e do Covid 19 o governo eliminou os descartáveis nos serviços públicos, e outras empresas seguiram os mesmo passos.
Várias superfícies comerciais anunciaram o fim dos sacos plástico. Tudo isto é incrível e é por aqui o caminho educar, reduzir e não apenas comprar outras mais na moda, ou de uma determinada marca.
Eu própria tenho uma loja e esforço- me por não cair nestes erros, procurar acima de tudo a sustentabilidade dos produtos que coloco para venda.
Foi uma aprendizagem de quase dez anos, não fiz as minhas escolhas comprando novas. Fiz as minhas escolhas substituindo conforme as minhas necessidades e sempre consciente do que tinha em casa e de como podia ajustar ao meu novo modo de vida.
Foram várias mudanças com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida a um custo mais reduzido.
Não tens de deitar todos os tupperware`s para lixo se estão bons, é plástico que existe, usa até não dar mais, não vás atirar para o lixo só porque agora o alumínio ou o vidro é que está a dar.
Educar e entender que nem todas as pessoas podem fazer as mesmas mudanças. Educar é perceberas nossas necessidades que não vivemos num país rico e que a mudança deve acontecer sim mas com consciência.
A comunicação é responsável pela informação e educação, o governo deve ser o exemplo, e as ações de cada um feitas sem fanatismo sem extremismo
Se não, de repente o desperdício zero não passa de uma moda e tem os dias contados.
E para que tal não aconteça eu tento partilhar o máximo possível tudo o que faço com o propósito de incentivar as minhas amigas e vizinhos na reutilização, e em várias outras medidas que já partilhei que utilizo e que podem assistir clicando no link que vos deixo em baixo um vídeo sobre um compostor doméstico que fiz.
No Programa tivemos a parte teórica:
- Introdução sobre compostagem
- Apresentação da técnica de compostagem japonesa Bokashi
- Fermentação anaeróbia e decomposição no solo
- Bokashi como adubo orgânico
- O “chá” de Bokashi (biofertilizante líquido)
- Vantagens e desvantagens do método Bokashi
- Construção, pelos participantes, de baldes adaptados para compostagem Bokashi
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